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CENA 1. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SUBTERRÂNEO. SALA. INT. DIA.

 

Mabel amarrada em uma cadeira cirúrgica, daquelas que se vê em sala de dentista. Seus pés e mãos estão amarrados com fortes ataduras de couro, e ela se debate tentando sair. Ao seu lado, Lawrence retira uma seringa de um saco plástico e injeta na agulha um liquido transparente dentro de um frasco de vidro.

 

MABEL – Por favor, não me mate! (GRITA) Socorro! Por favor!

 

Lawrence coloca a seringa no balcão e se vira para Mabel.

 

LAWRENCE – Pode gritar o quanto quiser, você está numa área da minha clínica onde ninguém vai poder te ouvir. Nem Deus.

 

MABEL – (OFEGANTE) Lawrence, eu tenho uma vida lá fora, eu tenho família, essas pessoas... elas virão atrás de mim! Se você me soltar eu juro que não falo nada, nada.

 

LAWRENCE – Família? (RI) Nós dois sabemos que você não tem mais família, Mabel. Eles viraram as costas pra você quando souberam da sua vida de pecado e de luxúria. (AFIRMA) Eu fui a pessoa quem lhe deu a segunda chance, mas você não aproveitou. Você voltou para enfrentar meu irmão e minha família, e isso eu não posso aceitar. Você cavou sua própria cova!

 

MABEL – Eu amo o Cotton! Por mais que você ache isso uma mentira, eu o amo! Eu vou ter um filho dele. Eu quero que essa criança tenha a vida que eu não tive, que ele tenha a chance que eu desperdicei. Por favor...

 

Lawrence abre uma gaveta e tira um par de luvas brancas de látex. Vai colocando enquanto fala com a garota.

 

LAWRENCE – Você não tem mais criança alguma.

 

MABEL – (EM CHOQUE) O eu você fez, seu bandido?

 

LAWRENCE – Tirei o feto de dentro de você.

 

MABEL – (GRITA, DESESPERADA) Monstro! Canalha! Você não tinha o direito de fazer isso, seu monstro! Monstro! Deus vai te fazer pagar por tudo que está fazendo comigo!

 

LAWRENCE – Todos os monstros são humanos, Mabel.

 

MABEL – (SECA) Então como vai ser? Como que você vai me matar?

 

LAWRENCE – (SORRI) Você que escolhe.

 

Lawrence ajeita as luvas entre os dedos, pega a seringa com cuidado e esguicha o líquido pela agulha. Close no médico. FADE OUT.

CENA 11. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SUBTERRÂNEO. SALA. INT. NOITE.

 

Mabel amarrada na maca hospitalar. Ela tenta se mover, mas as fortes ataduras de couro estão a machucando. A enfermeira Danielle prepara uma injeção para aplicar na moça.

 

MABEL – (COM MEDO) Não se aproxima de mim.

 

DANIELLE – São ordens do dr. Lawrence, você está agitada demais, precisa dormir.

 

MABEL – Por favor, me ajuda! Não deixa esse homem fazer essas barbaridades comigo! Me solta! Por favor!

 

DANIELLE – Eu sou paga para ser fiel ao dr. Lawrence. Não tente me corromper.

 

MABEL – Então pelo menos desabotoa um pouco essas ataduras de couro! Está doendo muito, ele apertou demais.

 

DANIELLE – Não estou autorizada a fazer isso.

 

MABEL – Está doendo demais! Por favor! Só desabotoe um pouco, não farei nada. Eu prometo.

 

DANIELLE – Tudo bem, eu faço. Mas se tentar alguma coisa aviso que terei de ser enérgica.

 

MABEL – (SORRI) Obrigada!

 

Danielle vai afrouxar uma das ataduras da mão de Mabel quando é surpreendida pela prostituta, que lhe dá uma cabeçada e faz a enfermeira cair desmaiada no chão. Com rapidez, Mabel consegue soltar uma das mãos da atadura e se liberta das outras. Um pouco tonta, ela salta da maca e sai rapidamente do local. Danielle jaz no chão, um pouco desacordada e com a testa sangrando.

 

CENA 12. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SALA DE LAWRENCE. INT. NOITE.

 

Danielle entra na sala do médico aos gritos, assustando Lawrence, que estava sentado em sua poltrona.

 

DANIELLE – Socorro doutor! Socorro! Ela fugiu!

 

LAWRENCE – (SE LEVANTA) Mabel?

 

DANIELLE – Ela me enganou e conseguiu escapar da sala! Ela fugiu! Faça alguma coisa!

 

LAWRENCE – (PEGA O TELEFONE) Não é possível... (GRITA) Martinez!

 

Martinez e seus capangas entram na sala, e Lawrence anda de um lado pro outro, nervoso.

 

MARTINEZ – Qual a encrenca, chefia?

 

LAWRENCE – Mabel fugiu do cativeiro a poucos instantes, eu exijo que vocês vão atrás dela o mais rápido possível. Nas condições em que ela está, não deve ter ido longe. Vasculhem essa região, mas achem a maldita prostituta!

 

MARTINEZ – Morta?

 

LAWRENCE – Não, viva, a quero viva. Quando achá-la, jogue-a no quarto novamente. Serei eu mesmo que acabarei com a vida dessa prostituta barata. Ela não sabe com quem se meteu!

 

Martinez concorda e sai com seus homens.

 

CENA 13. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. EXT. NOITE.

 

Mabel salta de uma janela e cai em cima de arbustos. Um pouco machucada, ela olha para os lados e sai correndo pela imensidão do gramado da clínica. Quando avista Martinez e seus homens, se esconde atrás de uma grande árvore e tenta conter a respiração. Close nos olhos de medo da moça.

 

CENA 14. CASA DOS FLORRICK. CORREDOR. INT. NOITE.

 

Ben no final do corredor, com os braços entre as paredes, fazendo marcação. Ryan mais a frente, com uma bola de futebol. O menino posiciona a bola no chão.

 

RYAN – Mais um gol e eu acabo com você cara!

 

BEN – Isso se você conseguir. Pode mandar, vamos lá.

 

Ryan esfrega as mãos, dá uns passos para trás e chuta a bola. A bola voa até um vaso de porcelana atrás de Ben e acerta o objeto.

 

RYAN – (ASSUSTADO) Puta que pariu! Quebrei o vaso de estimação da minha mãe!

 

BEN – Não foi nada Ryan, fica calmo, eu vou limpar essa bagunça antes que eles retornem.

 

RYAN – E agora, cara? Minha mãe vai acabar comigo!

 

BEN – Mas você não fez nada! Quem quebrou o vaso fui eu, esqueceu? Eu chutei a bola!

 

RYAN – (NÃO ENTENDE) Você...

 

BEN – Está tranqüilo Ryan, eu vou me responsabilizar pelo vaso. Acho melhor você se trocar.

 

RYAN – Tem razão, vou tomar banho. Valeu Ben, você é um amigão.

 

BEN – Sempre.

 

Ryan entra em seu quarto. Ben se aproxima dos cacos de vidro e vê o estrago feito.

 

CENA 15. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. EXT. NOITE.

 

Martinez entrega uma arma para cada um de seus capangas.

 

MARTINEZ – Vamos nos separar, será mais fácil. A moça não foi muito longe, seguirei pela floresta, vão pelo outro lado.

 

HOMEM #1 – Combinado, Martinez.

 

MARTINEZ – A arma é somente para rendê-la! Não atirem sob hipótese alguma.

 

Os homens concordam e saem. Mabel espia pelo tronco da árvore e vê que Martinez está vindo na direção em que ela está.

 

MABEL – Merda!

 

Rápida, ela se abaixa e corre até entrar na floresta. Martinez chega até a árvore e vê um pedaço do roupão de Mabel rasgado no chão. Martinez ouve um ruído de carro chegar na clínica. CORTA PARA a entrada da clínica. Violet estaciona seu automóvel e salta em direção a porta principal.

CENA 2. RESTAURANTE. INT. DIA.

 

Pelo lado de fora do local, câmera mostra Letitia e Violet conversando numa mesa. CORTA PARA o interior do restaurante. Violet fecha o cardápio e olha para Letitia.

 

VIOLET – Muito obrigado por ter vindo Letitia, eu realmente estava desesperada e não tinha mais nenhuma amiga para ligar.

 

LETITIA – O que houve, querida? Você me parecia muito perturbada ao telefone.

 

VIOLET – É a Alicia.

 

Close em Letitia, surpresa com a afirmação.

 

LETITIA – (TRAVADA) E o que... o que tem a Alicia?

 

VIOLET – Esse é o problema. Eu não sei onde a Alicia está! Desde a sua festa há dois dias atrás. Ela sumiu, evaporou, não deu notícias.

 

LETITIA – Como assim Violet, me explique melhor, essa história está me parecendo confusa.

 

VIOLET – Eu não vejo Alicia desde a sua festa. Ela desapareceu do nada sem deixar nenhum vestígio! Suas roupas ainda estão dentro do armário.

 

LETITIA – Quem sabe ela teve de resolver um problema urgente e não pode te informar.

 

VIOLET – Não... Alguma coisa aconteceu. Eu sinto. A Alicia estava muito diferente comigo nos últimos tempos, sabe? Arredia, sempre pelos cantos, algo envolvendo a irmã dela que morreu a muitos anos. Só que ela nunca quis me contar do que se tratava.

 

LETITIA – Então a relação de vocês já andava abalada?

 

VIOLET – De alguma forma eu já previa que, um dia, ela fosse me abandonar. Mas jamais imaginei que seria assim. (PAUSA) Eu fui à polícia prestar queixa.

 

LETITIA – (SALTA) O que? Você foi onde?

 

VIOLET – Na polícia! (ESTRANHA) Calma, Letitia!

 

LETITIA – Me desculpe, eu estou apenas nervosa com tudo que aconteceu.

 

VIOLET – Eles me disseram que vão começar as investigações sobre o paradeiro da Alicia, isso se ela estiver viva.

 

LETITIA – (PEGA NA MÃO DELA) Ela está Violet! Ela está viva, ouviu bem?

 

VIOLET – (SORRI) Você é uma boa amiga, Letitia. Acho que a única que eu tenho para contar.

 

LETITIA – Eu estou aqui.

 

CENA 3. MANSÃO DOS ADDAMS. QUARTO DE COTTON. INT. DIA.

 

Cotton entra em seu quarto, usando seu hábito sagrado, e vê Mabel sentada na ponta de sua cama, segurando uma criança pequena no colo. Cotton leva um susto e Mabel não olha para ele, apenas embala o bebê.

 

COTTON – O que você está fazendo aqui?

 

MABEL – Eu estou aqui para te apresentar o nosso filho, querido. (SE LEVANTA) Não é lindo? É a sua cara.

 

COTTON – Nosso filho?

 

Mabel concorda, emocionada, e quando Cotton se aproxima para ver o bebê, o encontra morto nos braços de Mabel, com sangue em todo seu corpo.

 

COTTON – (EM CHOQUE) Oh meu Deus, Mabel... esse bebê, ele está morto!

 

MABEL – Morto?

 

COTTON – (SE AFASTA) Vá embora daqui! Vá embora!

 

MABEL – Cotton/...

 

COTTON – (GRITA) Vá embora!

 

E CORTA PARA Cotton pulando da cama, suado, sem camisa. Ele põe as duas mãos na cabeça.

 

COTTON – (TRÊMULO) Foi só um sonho... apenas um sonho. Esse pesadelo já acabou.

 

Cotton se levanta e anda até o banheiro. A câmera o mostra de costas, nu, com as nádegas a mostra.

 

CENA 4. IGREJA. FRENTE. EXT. DIA

 

Plano geral da grande Igreja. Em uma lápide de madeira no jardim do local, um velho senhor acaba de montar a seguinte mensagem: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros. 
Hebreus 13:4”. Os sinos badalam.

 

CENA 5. IGREJA. INT. DIA.

 

Grande número de fiéis acompanhando a missa pregada por Cotton. A maior parte dos visitantes é do sexo feminino. Cotton anda de um lado pro outro em seu altar, sempre encarando os presentes.

 

COTTON – Sexo é divino. Sei que para muitos de vocês essa afirmação pode parecer um tanto perturbadora, mas essa é a verdade. O sexo, como todas as coisas do mundo, foi criado por Deus para que os seres se reproduzissem na benção do Senhor. Por isso, o sexo é divino. Agora existem aqueles que usam sexo por puro prazer carnal, por luxúria, e essa é a interpretação errada da mensagem de Deus.

 

MABEL – (EM OFF) Quer fazer sexo comigo, Padre?

 

Cotton olha assustado para a porta da Igreja e vê Mabel vestindo uma bata de freira, segurando um crucifixo.

 

COTTON – Eu ordenei que você fosse embora.

 

Os fiéis se olham e não conseguem enxergar nada na frente de Cotton. Porém ele continua a ver Mabel.

 

COTTON – Você não pode ficar aqui. Você não pertence a esse lugar.

 

MABEL – Mas eu pertenço a você!

 

COTTON – (GRITA) Não! Não! Em nome de Jesus, saia daqui imediatamente. Vá embora!

 

MABEL – (ALISA A BARRIGA) Eu sei que você me ama.

 

COTTON – (PERTURBADO) Saia daqui! Agora! (COMEÇA A CHORAR) Você não pode fazer isso comigo!

 

Cotton dá uns passos para trás e acaba esbarrando numa enorme estátua de Jesus Cristo feita de pedra, utilizada como objeto decorativo da Igreja. A estátua desaba pelos degraus do altar e se quebra na frente dos fiéis, que ficam perplexos. Cotton vai para dentro da sacristia, sem dar satisfações. Dianne se levanta de um dos bancos e segue o filho.

 

CENA 6. IGREJA. SACRISTIA. INT. DIA.

 

Cotton entra na sacristia e apóia o corpo em um balcão de madeira, em frente a um espelho. Dianne entra em seguida e chega perto do filho.

 

DIANNE – Você pode me explicar o que foi isso?

 

COTTON – Foi nada mãe. (SE VIRA) Eu estou bem agora.

 

DIANNE – Você não está bem, meu filho, com quem você estava conversando? Era com ela?

 

COTTON – Mãe/...

 

DIANNE – Não tente me enganar Cotton, eu te coloquei no mundo! Eu sei tudo sobre você! Eu sei todos os detalhes da sua relação com aquela mulher desclassificada que só soube destruir a sua vida. Era com ela que você estava falando?

 

COTTON – Nunca mais toque nessa história novamente. Essa história já acabou!

 

DIANNE – Pelo visto ainda não. Você a ama Cotton?

 

COTTON – (RÁPIDO) Não!

 

DIANNE – Por Deus, está escrito na sua cara que ainda ama. (RESPIRA) Veja, eu entendo você, eu já me apaixonei dezenas de vezes na minha vida, eu sei o quão difícil é esquecer um amor verdadeiro, mas você é um Padre, Cotton! Você entregou-se a Igreja de corpo e alma! Você precisa arrancar esse amor do seu coração.

 

COTTON – Eu já fiz isso, mãe. Agora estou completamente focado na minha carreira.

 

DIANNE – Não é o que parece. (PAUSA) Volte até lá, existem pessoas esperando por você. E conserte a bagunça que fez se conseguir.

 

Dianne beija o filho e sai da sacristia. Close em Cotton.

 

CENA 7. CASA DOS FLORRICK. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

 

Wayne e Ben conversando sentados no sofá da sala. Ryan está de pé, atrás deles, escutando tudo.

 

WAYNE – Não tenho palavras para agradecer a sua amizade, Ben. Muito obrigado por concordar em ficar com o Ryan essa noite para que eu Sarah possamos ir até a festa de aniversário de minha sogra.

 

BEN – Não tem problemas Wayne, eu estou com o tempo livre e será muito divertido passar essa noite com o Ryan.

 

WAYNE – Tem certeza que não estou atrapalhando nada?

 

BEN – Muito pelo contrário!

 

WAYNE – Bom, Ryan, você sabe das regras, não sabe? Obedeça o Ben,  ele estará no meu lugar essa noite.

 

RYAN – Pai, por favor, não sou mais nenhuma criança. Você não precisa falar comigo desse jeito.

 

WAYNE – (RI) Tem razão. (PARA BEN) Como a vida passa rápido, sabe Ben. Até ontem o Ryan era um moleque que usava fraldas, hoje está quase um homem feito.

 

RYAN – (RECLAMA) Começou o assunto chato...

 

BEN – Não se preocupe Ryan, tenho a mais absoluta certeza que será uma grande noite.

 

Ryan concorda e sorri para Ben.

 

 

CENA 8. NOVA IORQUE. CENAS PANORÂMICAS. EXT. NOITE.

 

O sol de põe em Nova Iorque. Plano geral da Estátua da Liberdade sendo iluminada e, ao fundo, os grandes prédios da cidade.

 

CENA 9. APARTAMENTO DE VIOLET. QUARTO DE CASAL. INT. NOITE.

 

 

 

 

Violet abre as portas de seu guarda-roupa e dá uma olhada sob as vestimentas de Alicia. Chorosa, ela retira algumas peças e as coloca dentro de uma maleta.

 

VIOLET – Por que você teve que fazer isso comigo... Por que...

 

A artista plástica retira uma pequena caixa de madeira do alto do guarda-roupa e a coloca na cama. Com cuidado, Violet abre e encontra algumas fotos de momentos dela e Alicia.

 

VIOLET – (EMOCIONADA) Como eu já fui feliz. São tempos que nunca mais vão voltar.

 

Quando Violet passa as fotos, acaba encontrando uma foto de Lawrence dentro da caixa. Close na reação surpresa de Violet.

 

VIOLET – Lawrence Addams?! (CURIOSA) Por que a Alicia teria guardada uma foto desse homem?

 

CENA 10. CASA DOS FLORRICK. COZINHA. INT. NOITE.

 

Ben no fogão, mexendo alguma coisa numa panela. Ryan organiza os pratos na mesa.

 

BEN – Está quase pronto, Ryan. Você vai adorar o meu strogonoff de queijo. É uma delícia! Todo mundo que prova, nunca esquece.

 

RYAN – Tomara! Estou morrendo de fome.

 

BEN – Agüente firme.

 

RYAN – Então... (PAUSA) Você é casado Ben? Não me leve a mal fazer essa pergunta, mas é apenas uma curiosidade minha.

 

BEN – Não, eu não sou casado. As mulheres são muito complicadas, Ryan, muitas vezes é melhor ficarmos longe delas.

 

RYAN – Eu entendo...

 

BEN – Algum problema?

 

RYAN – Ah, você sabe... na escola... as meninas vivem em volta de mim.

 

BEN – Sorte sua, isso quer dizer que você é bonito e atraente para elas.

 

RYAN – É, mas eu as vezes as acho muito grudentas. Esses dias uma me pediu em namoro, é claro que eu disse não.

 

Ben olha para Ryan com curiosidade.

1.03 – MONSTROS SÃO HUMANOS

INTERVALO COMERCIAL

INTERVALO COMERCIAL

CENA 16. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. RECEPÇÃO. INT. NOITE.

 

Violet entra e se dirige até Danielle, no balcão.

 

DANIELLE – Senhora, posso ajudá-la?

 

VIOLET – Pode sim. Eu quero falar com o dr. Lawrence Addams.

 

DANIELLE – Dr. Lawrence está de saída, seu horário de atendimento acabou. Volte amanhã, por favor.

 

VIOLET – (AGRESSIVA) Eu preciso e vou falar com ele.

 

DANIELLE – Senhora/...

 

VIOLET – Não encosta em mim!

 

E Violet entra em direção a sala de Lawrence. Danielle a segue.

 

CENA 17. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SALA DE LAWRENCE. INT. NOITE.

 

Lawrence toma um uísque enquanto observa o céu pela janela. Violet entra, assustando o doutor, seguida de Danielle.

 

VIOLET – Era com você mesmo que eu queria falar.

 

LAWRENCE – Mas o que significa isso?

 

DANIELLE – Eu tentei impedir, mas ela foi resistente doutor.

 

LAWRENCE – Posso lhe ajudar em alguma coisa Violet?

 

VIOLET – Eu quero saber o que aconteceu com Alicia.

 

LAWRENCE – (PARA DANIELLE) Pode se retirar, eu falarei com a senhorita Langdon.

 

Danielle concorda e sai.

 

LAWRENCE – (SE SENTA) Quer sentar, Violet?

 

VIOLET – Não, eu não quero sentar. Eu quero respostas!

 

LAWRENCE – Sinto lhe informar, mas não poderei dar as respostas que precisa. Alias, não sei o que leva a senhorita a invadir meu consultório a uma hora dessas para fazer acusações.

 

VIOLET – Eu não estou lhe acusando de nada.

 

LAWRENCE – Porém é o que parece.

 

VIOLET – Escute Lawrence, eu não quero parecer rude, mas minha namorada desapareceu na festa em sua casa.

 

LAWRENCE – Talvez a polícia cuide melhor de seu caso!

 

VIOLET – Eu encontrei uma foto sua nas anotações de Alicia esta noite. Uma foto sua! O que isso poderia significar? Por que Alicia teria essa foto?

 

LAWRENCE – Não faço a mínima ideia. Para mim todas essas acusações são infundadas.

 

VIOLET – Eu estou desesperada Lawrence! Eu preciso de notícias da minha namorada.

 

LAWRENCE – Namorada? Você não tem vergonha, Violet? Uma mulher da sua idade se esfregando com um sapatão desgovernado no meio da rua. Tome vergonha!

 

VIOLET – Você é muito preconceituoso! O meu sentimento por Alicia é verdadeiro e não admito que fale assim dela.

 

LAWRENCE – O que eu não admito é você entrar na minha clínica para me acusar de algo que sequer fiz. Peço que se retire de minha sala, senhorita Langdon. Agora!

 

VIOLET – Não precisa se alterar doutor. Posso não ter conseguido as respostas de minhas perguntas, mas consegui enxergar a alma podre que existe dentro do senhor. Gente como você eu abomino.

 

LAWRENCE – (NERVOSO) Rua, Violet. Rua! Eu tentei ser cordial, mas você é baixa!

 

VIOLET – Vamos combinar o seguinte: eu finjo que acredito nas suas palavras e você finge não saber o paradeiro de Alicia. Por que de uma coisa eu tenho certeza: você sabe muito bem onde ela está!

 

Violet encara Lawrence e sai da sala. Lawrence dá um murro na mesa, irritado.

 

CENA 18. FLORESTA. MATA. INT. NOITE.

 

Mabel corre mata adentro, com muito medo, já bastante suja, cansada. Ela resvala em uma poça de lama e cai no chão. Machucada, se levanta aos poucos e vê dois pontos de luzes próximos dali. Ela se recupera e volta a correr.

 

CENA 19. ESTRADA. INT. NOITE.

 

Um carro passa por uma pequena estrada nos arredores da floresta com os dois faróis acesos. Mabel sai da floresta e surpreende o motorista do carro fazendo sinal na frente do veículo. O motorista não consegue frear e atropela Mabel, que voa no capo e cai ao lado do automóvel.

 

CENA 20. ESTRADA. CARRO. INT. NOITE.

 

Pelo retrovisor, o motorista vê o corpo de Mabel estirado no chão. Violet encosta a cabeça no volante, chocada com o que acabou de acontecer.

 

VIOLET – Merda! (BATE) Que porcaria eu fui fazer?

 

CENA 21. ESTRADA. INT. NOITE.

 

Violet desce do automóvel ainda abismada e se aproxima do corpo de Mabel. Com cuidado, se agacha e põe a mão no pulso da jovem.

 

VIOLET – Ela está morta!

 

Violet fica sem saber o que fazer e olha para os lados, para ter certeza que está sozinha.

 

VIOLET – Eu preciso sair daqui.

 

Apressada, a artista plástica entre em seu carro e dá a partida, desaparecendo no meio a escuridão. Close no rosto de Mabel.

 

CENA 22. CASA DOS FLORRICK. QUARTO DE RYAN. BANHEIRO. INT. NOITE.

 

Ryan dentro do Box, tomando banho. O vapor quente da água deixa o vidro nublado e não se vê o corpo do garoto. Ben bate na porta e entra, trazendo uma toalha.

 

BEN – Ryan? Sou eu! Trouxe a toalha que você esqueceu em cima da cama.

 

RYAN – Obrigado Ben! Já estou saindo!

 

BEN – Vou colocar em cima da tampa do vaso sanitário.

 

Ben larga a toalha, quando Ryan desliga o chuveiro e abre o Box, ficando nu na frente do vizinho. Ben reage com surpresa e Ryan se enrola na toalha.

 

RYAN – (SORRI) O que foi Ben?

 

BEN – Nada! (SEM GRAÇA) Vou sair e te deixar a vontade.

 

Ben desvia o olhar do corpo de Ryan e sai do banheiro.

 

CENA 23. CASA DOS FLORRICK. CORREDOR. INT. NOITE.

 

Ben sai do quarto do garoto e encosta-se à parede, suando frio, muito nervoso. Ele se toca e leva as mãos à genitália, com desejo, mas tenta voltar a si e dá um tapa no próprio rosto.

 

BEN – Você precisa se controlar Benjamin! Você não pode fazer isso!

 

Close em Ben.

 

CENA 24. ESTRADA. EXT. NOITE.

 

Martinez estaciona seu carro e deixa os faróis ligados. Ele desce acompanhado de seus homens e vê Mabel jogada na estrada. Martinez mostra-a aos capangas e eles recolhem o corpo da prostituta.

 

MARTINEZ – Está morta?

 

HOMEM #2 – Não, está viva.

 

MARTINEZ – Ponham-na no porta-malas. Temos que levá-la ao doutor Lawrence.

 

Os capangas obedecem e colocam Mabel dentro do porta-malas do carro. Eles retornam ao carro, que dá meia volta e sai.

 

CENA 25. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SALA DE LAWRENCE. INT. NOITE.

 

Danielle entra na sala do patrão, que anda de um lado pro outro, nervoso.

 

DANIELLE – A paciente já foi recuperada doutor. Está com alguns ferimentos, parece que foi atingida por alguma coisa.

 

LAWRENCE – (TRANQUILO) Perfeito, Danielle. Pegue o bisturi e ajeite a sala de cirurgia. Vamos fazer o que temos que fazer.

 

CENA 26. MANSÃO DOS ADDAMS. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

 

Letitia desce a escada da mansão e encontra Dianne sentada no sofá.

 

DIANNE – Ainda não foi dormir?

 

LETITIA – Estou sem sono. E o Lawrence que não chega daquele consultório? Nem jantou em casa.

 

DIANNE – Você sabe que a rotina dele é assim, não Letitia? Um tanto complicada.

 

O telefone toca.

 

LETITIA – Pode deixar que eu atendo.

 

Letitia se aproxima do aparelho e atende.

 

LETITIA – Alô?

 

CENA 27. MANSÃO DOS ADDAMS. QUARTO DE COTTON. INT. NOITE.

 

Cotton sentado no pé da cama, fumando um cigarro e bebendo uma garrafa de conhaque. Ele olha a imagem de Jesus Cristo na parede e começa a chorar.

 

COTTON – Eu não quero fazer parte disso meu Deus... eu não quero... Mas eu preciso! (BEBE) Só que se eu fizer isso eu não vou parar de me culpar pelo resto da vida! Eu preciso fazer alguma coisa.

 

Cotton se levanta e agarra a chave de seu carro.

 

CENA 28. CASA DOS FLORRICK. QUARTO DE RYAN. INT. NOITE.

 

Ryan deitado em sua cama, já de pijamas, lê um livro sob a luz do abajur. Ben entra.

 

BEN – Já vai dormir?

 

RYAN – Já, tenho que acordar cedo para a escola amanhã. Você vai ficar por muito tempo?

 

BEN – Até seus pais voltarem.

 

RYAN – Obrigado Ben! Me diverti muito com você essa noite como nunca tinha me divertido desde que chegamos na cidade.

 

BEN – Foi um prazer Ryan! Você é um garoto de ouro! Tenha bons sonhos.

 

RYAN – Valeu.

 

Ryan fecha o livro e desliga o abajur. Ben sai e fecha a porta.

 

CENA 29. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SUBTERRÂNEO. INT. NOITE.

 

Mesmo local da cena 1. Mabel acorda e vê que está amarrada em uma cadeira que dentistas geralmente usam. Ela entra em desespero ao ver Lawrence sentado na frente dela, a encarando.

 

LAWRENCE – Até que enfim você acordou.

 

MABEL – O que houve comigo? (SE DEBATE) Sai de perto de mim seu monstro!

 

LAWRENCE – Você deu uma voltinha nos arredores da minha clínica para conhecer o lugar. Achou bonito, não é? Quero que guarde aquelas imagens muito bem na sua cabeça, por que serão as únicas recordações que irá levar consigo!

 

MABEL – (GRITA) Socorro!

 

LAWRENCE – (SE LEVANTA) Você não aprende, não é mesmo? Já disse um milhão de vezes!

 

Lawrence agarra o cabelo de Mabel com ódio e ameaça-a.

 

LAWRENCE – Cala essa porra de boca!

 

MABEL – (COM MEDO) Me mate de uma vez!

 

Danielle entra na sala e chama a atenção de Lawrence.

 

LAWRENCE – O que foi agora, Danielle?

 

MABEL – Temos mais um problema.

 

Lawrence larga o cabelo de Mabel e sai da sala seguido de Danielle. Tranca a porta. Close em Mabel, que começa a chorar.

 

CENA 30. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. CORREDOR. INT. NOITE.

 

Lawrence discutindo com Cotton, ambos muito alterados. Danielle afastada, ouvindo a discussão.

 

LAWRENCE – O que foi hein Cotton? Espero que seja importante! Estou no meio de uma... cirurgia.

 

COTTON – Não faça isso Lawrence! Meu irmão, eu te imploro. Não mate Mabel.

 

LAWRENCE – (ESPANTADO) O que você disse?

 

COTTON – Eu não posso ser conivente com um assassinato Lawrence, por favor, poupe a vida dela.

 

LAWRENCE – Não posso acreditar no que esteja me pedindo. Só pode estar louco!

 

COTTON – Eu pensei muito durante o dia e vi que não posso conviver com essa culpa pro resto da minha vida! Querendo ou não essa mulher, essa infame mulher, faz parte da minha vida.

 

LAWRENCE – Você ainda é apaixonado por ela!

 

COTTON – Como? (SE AFASTA) Não!

 

LAWRENCE – É verdade! É por isso que veio aqui! Para evitar que eu a mate por que você nunca esqueceu essa prostituta! Por que você a ama!

 

COTTON – (GRITA) Ela está grávida, caramba! De mim!

 

LAWRENCE – Não está mais. Eu tirei a maldita criança do útero dela.

 

COTTON – (PASMO) Você não fez isso...

 

LAWRENCE – Esse feto não poderia vir à vida, Cotton. Era podre! Significava o pecado!

 

COTTON – (SEGURA NO BRAÇO DELE) Eu te peço pela vida da Mabel, Lawrence.

 

LAWRENCE – Infelizmente não posso realizar esse seu pedido. Se eu poupar a vida daquela mulher, ela nos denunciará para a polícia, seu imbecil! Todos nós estaremos presos, a nossa família... a sua carreira estará arruinada!

 

COTTON – (COMEÇA A CHORAR) Eu acho que sou capaz de correr esse risco por amor.

 

LAWRENCE – Tarde demais, irmãozinho. (PARA DANIELLE) Vou para minha sala me restabelecer emocionalmente das palavras que esse palerma acabou de me dizer. O acompanhe até a porta e esteja preparada para a “cirurgia” Danielle.

 

DANIELLE – Ok, doutor.

 

Lawrence sorri para Cotton e entra em sua sala. Cotton encara Danielle.

CENA 31. APARTAMENTO DE VIOLET. SALA. INT. NOITE.

 

A campainha toca. Violet levanta-se do sofá, chorando, e atende. Letitia entra afoita.

 

LETITIA – Vim o mais rápido que pude. O que aconteceu com você? Está chorando?

 

VIOLET – (DESESPERADA) Aconteceu uma tragédia, minha amiga!

 

As duas se sentam no sofá.

 

LETITIA – Tragédia? É sobre Alicia?

 

VIOLET – Não! Infelizmente não tenho notícias sobre Alicia. É sobre mim. Eu acho que... eu acho que assassinei uma pessoa.

 

LETITIA – Oh céus, onde aconteceu?

 

VIOLET – Eu estava dirigindo, era escuro, e ela se enfiou na frente do meu carro. Não consegui parar.

 

LETITIA – (CONSOLA) Não deve ter acontecido nada Violet! A culpa não foi sua! Como você mesma disse, ela se enfiou na sua frente.

 

VIOLET – Eu desci do carro e vi que ela estava morta, Letitia. Eu matei aquela mulher! E agora? O que farei? A polícia virá atrás de mim?

 

LETITIA – Não! Não virão! Não pense dessa forma. Daremos um jeito nisso, tudo ficará bem.

 

Violet olha para Letitia e sorri.

 

VIOLET – Não sei por que liguei pra você para contar isso. Precisava dividir com uma amiga e o primeiro nome eu me veio a cabeça foi o seu.

 

LETITIA – Nós somos amigas Violet. Você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa! Em qualquer circunstância!

 

VIOLET – Você é uma mulher incrível, Letitia. Lawrence é o homem mais sortudo do mundo em tê-la como mulher.

 

LETITIA – (RI) Pena que ele não se dê conta disso.

 

VIOLET – Você está me dando tanta força desde o desaparecimento de Alicia que eu... eu nem sei agradecer da forma correta.

 

LETITIA – Agradeça sendo o que você é.

 

VIOLET – Eu... eu estou encantada por você!

 

Lentamente Violet aproxima os lábios de Letitia e lhe dá um beijo. Letitia se afasta, assustada com o que acabou de acontecer.

 

LETITIA – (ASSUSTADA) Oh meu Deus, o que acabou de acontecer?

 

VIOLET – Me desculpe, eu... me desculpe!

 

LETITIA – (SE LEVANTA) Eu tenho que ir para casa Violet. (PEGA A BOLSA) Fique bem.

 

VIOLET – (PREOCUPADA) Letitia!

 

Mas Letitia sai sem olhar para trás. Close em Violet.

 

CENA 32. CASA DOS FLORRICK. QUARTO DE RYAN. INT. NOITE.

 

A porta do quarto de Ryan se abre. O menino dorme profundamente em sua cama. O quarto está escuro. Devagar, Ben entra no quarto do menino e a câmera o filme de trás, mostrando-o inteiramente nu. Olhando fixamente para Ryan, Ben se aproxima da cama do garoto com desejo e se deita junto de Ryan, abraçando-o por trás. A câmera filma de cima e mostra as nádegas brancas de Ben e seu corpo encostado no corpo de Ryan. Ryan desperta de seu sono e se vira, vendo Ben deitado ao seu lado.

 

RYAN – Ben?

 

BEN – Não fala nada Ryan. Apenas faça!

 

E os dois se beijam. Ryan deixa escapar sua mão e agarra o pênis de Ben, mas nesse instante a câmera CORTA PARA Ben saltando de um sono e percebendo que está sentado numa cadeira ao lado da cama de Ryan. Ele põe as duas mãos na cabeça e vê que o menino ainda dorme. Close em Ben.

 

CENA 33. MANSÃO DOS ADDAMS. QUARTO DE LETITIA. INT. NOITE.

 

 

 

 

Letitia entra em seu quarto e trance a porta, assustada. Ele se joga na cama e encosta a cabeça no travesseiro. A câmera dá FADE OUT / FADE IN em:

 

VIOLET – Eu... eu estou encantada por você!

 

Lentamente Violet aproxima os lábios de Letitia e lhe dá um beijo. Letitia se afasta, assustada com o que acabou de acontecer.

 

LETITIA – (ASSUSTADA) Oh meu Deus, o que acabou de acontecer?

 

FADE OUT / FADE IN no rosto de Letitia. Letitia dá um pequeno sorriso e se vira, vendo a foto da família reunida (a mesma tirada na última cena do episódio piloto). Fecha no rosto de Letitia.

 

CENA 34. APARTAMENTO DE VIOLET. QUARTO DE VIOLET. INT. NOITE.

 

Música continua. Violet bebe uma taça de vinho sentada na beirada de sua janela. Ela olha a movimentação da cidade de lá, enquanto a sonoplastia da cena anterior ainda rola. Violet também sorri, dá um gole no vinho e a câmera dá um FADE OUT / FADE IN para:

 

LETITIA – (ASSUSTADA) Oh meu Deus, o que acabou de acontecer?

 

VIOLET – Me desculpe, eu... me desculpe!

 

LETITIA – (SE LEVANTA) Eu tenho que ir para casa Violet. (PEGA A BOLSA) Fique bem.

 

VIOLET – (PREOCUPADA) Letitia!

 

FADE OUT / FADE IN para o rosto de Violet. Violet se levanta e anda até uma escrivaninha no fundo de seu quarto. Lá, vê um porta-retratos com uma foto dela e de Alicia abraçadas. Violet segura o objeto e volta até a janela, atirando a foto lá de cima.

 

CENA 35. CLÍNICA DO DR. LAWRENCE. SUBTERRÂNEO. SALA. INT. NOITE.

 

Danielle entra na sala e anda até a cadeira onde Mabel está amarrada. A enfermeira leva o maior susto ao ver as algemas abertas e a cadeira vazia. Close em Danielle.

 

CENA 36. CARRO. INT. NOITE.

 

Cotton dirige seu automóvel por uma estrada de chão, vazia de movimentos. Ele olha para o lado e sorri vendo Mabel junto dele, acuada, com o rosto encostado no vidro da porta.

 

COTTON – Você está bem?

 

MABEL – (SE VIRA) Como você imagina que eu estou? Hum? Eu fui torturada pelo seu irmão Cotton! Ele queria me matar!

 

COTTON – Você não sabe o quanto eu sinto em relação à isso.

 

MABEL – (PASMA) Você era conivente com isso tudo?

 

COTTON – Eu... (NERVOSO) Ele disse que seria o certo Mabel. De início eu acreditei que seria, mas mudei de ideia. Eu vi que... (RESPIRA) Que eu não conseguiria viver com essa culpa.

 

MABEL – (SE EMOCIONA) Ele tirou nosso filho.

 

COTTON – Essa criança não poderia nascer, ela seria fruto de um pecado.

 

MABEL – Você deve me odiar muito, não é? Por que não me deixou lá? Por que não me deixou ser morta? Eu estava desistindo, seu infeliz!

 

COTTON – Nós vamos ajeitar tudo isso Mabel, nós vamos dar um jeito.

 

MABEL – Sabe o que eu deveria fazer? Eu deveria ir direto numa delegacia e entregá-los a polícia. Porém, eu não consigo. (LAMENTA) Eu te amo Cotton, e independente do que for, eu vou te amar sempre.

 

COTTON – Tem um Hotel aqui por perto, vamos parar pra você descansar. Amanhã cedo pensamos no que fazer.

 

CENA 37. HOTEL DE BEIRA DE ESTRADA. QUARTO. INT. NOITE.

 

 

 

 

Mabel deitada na cama, sob a luz do abajur, bebendo uma taça de vinho. Cotton entra no quarto.

 

COTTON – Eu preciso ir.

 

MABEL – E você vai deixar que eu fuja? Vai permitir que eu fique livre?

 

COTTON – Você sabe o que faz. Se quiser me entregar à polícia, o faça. Não me importo. Desde que você esteja segura, eu já fico tranqüilo.

 

MABEL – (SE APROXIMA DELE) Você me ama, não me ama?

 

COTTON – (SE AFASTA) Não!

 

MABEL – (O AGARRA) Fala pra mim Cotton! Se você me disser eu... Eu vou embora. Eu sumo da sua vida como da outra vez.

 

Cotton fecha os olhos, nervoso, enquanto Mabel o encara.

 

MABEL – (PRESSIONA) Fala!

 

COTTON – Eu te... (ENGOLE A SECO) Eu te amo, Mabel! Eu te amo! Eu sempre te amei, desde a primeira vez que coloquei meus olhos sobre você.

 

MABEL – (SORRI) Eu acho que já posso morrer feliz.

 

Mabel aproxima seus lábios de Cotton e o beija. Cotton retribui o beijo e cai na cama abraçado em Mabel. Ele para por alguns instantes e fica a observando. Cotton retira o crucifixo pendurado em seu pescoço e volta a beijar Mabel. A câmera se afasta e mostra as sombras deles na parede. Quando retorna a mostrar a cama, Cotton está nu, dormindo profundamente. Mabel termina de vestir uma roupa e abre uma gaveta, pegando um batom. Ele se maquia e olha para Cotton, com pesar.

 

MABEL – Tarde demais para se apaixonar.

 

E sai batendo a porta. Close em Cotton dormindo na cama e o crucifixo caído no tapete de couro. FADE OUT.

 

 

- FIM DO EPISÓDIO -

 

 

ESTRELANDO

 

PETER KRAUSE como Lawrence Addams

CONNIE BRITTON como Letitia Addams

COURTENEY COX como Violet Langdon

EVAN PETERS como Ben Addams

ALEXANDRA BRECKENRIDGE como Jessica Addams

GLENN FITZGERALD como Cotton Addams

PIPER PERABO como Mabel Hargensen

RYAN MERRIMAN como Blake Morgan

JESSICA LANGE como Dianne Addams

 

ATORES CONVIDADOS

 

CHAD LOWE como Wayne Florrick

DAKOTA GOYO como Ryan Florrick

ADAM RODRIGUEZ como Martinez

JAMIE ANNE ALLMAN como Danielle

 

MÚSICAS DO EPISÓDIO

 

WILD WORLD by Skins

COSMIC LOVE by Florence + the Machine

LOVESONG by ADELE

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